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Falece Dr. Carlos Elyseo Castro Correa
Mauro Assi
sexta, 28 de junho, 2024

 

Faleceu nesta quinta-feira (27/06) Dr. Carlos Elyseo Castro Correa, 93 anos, médico pediatra e docente do curso de Medicina/Fameca da Unifipa desde 1970 na disciplina de Pediatria e Puericultura. Ele deixa esposa, Dra. Luzia, filhos e netos. Seu corpo está sendo velado no Cemitério Jardim Monsenhor Albino; às 13 horas segue para Ribeirão Preto, onde será sepultado.

Em março de 2023 Dr. Carlos foi homenageado pelo projeto ‘Aniversário por tempo de empresa’ por 50 anos de trabalho na Fundação Padre Albino.

Graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP em 1959, com doutorado pela mesma faculdade em 1968, Dr. Carlos foi diretor da Fameca de 1981 a 1985; presidente da COREME (Comissão de Residência Médica) e coordenador do Programa de Residência Médica em Pediatria. Pediatra respeitado por sua atuação tinha grande experiência principalmente com relação a recém-nascidos, intolerância à frutose, rim - pediatria, síndrome nefrótica e galactosemia.

Dr. Carlos foi o primeiro diretor da Faculdade de Enfermagem de Catanduva (FEC) e convidou Dra. Dulce Maria Silva Vendrúsculo para auxiliar nos trabalhos para instalação daquele curso. Foi o grande responsável pela diminuição da taxa de mortalidade infantil em Catanduva. Abaixo transcrevemos matéria da Assessoria de Imprensa desta Fundação sobre o trabalho desenvolvido por ele.  

QUEDA DA MORTALIDADE INFANTIL DE CATANDUVA COMEÇOU COM TRABALHO DA FAMECA E DO HOSPITAL ESCOLA PADRE ALBINO

O jornal Folha de São Paulo, edição de 09/08/99, publicou a matéria “Mortalidade cai em Catanduva” onde diz que a instalação e o trabalho da Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA) causaram "uma revolução na saúde da cidade, que hoje tem o menor índice de mortalidade infantil do país, segundo relatório do Ministério da Saúde.” A matéria afirma, ainda, que “com redução crescente da mortalidade infantil desde então, seu índice baixou a 7,21 mortes por mil nascidos vivos”. Esse índice, segundo a Folha, é comparável ao do Canadá, país que ocupa os primeiros lugares no ranking mundial de qualidade de vida. 

Sem dúvida. O trabalho realizado pela FAMECA, através do Hospital Escola Padre Albino, com total apoio e estímulo da Fundação Padre Albino, foi fundamental para a queda desse índice.

Tudo começou em 1974 com a vinda do prof. dr. Carlos Elyseo Castro Corrêa para organizar o Departamento de Pediatria da FAMECA. O coeficiente de mortalidade infantil era de 111 por mil, ou seja, de cada 1000 crianças nascidas em Catanduva e região morriam 111 no primeiro ano de vida. Esse índice era, na época, um dos piores do Estado, assemelhando-se apenas às cidades do Nordeste.

Esta realidade começou a mudar quando, por determinação do Conselho de Curadores e da Diretoria Administrativa da Fundação Padre Albino, dr. Carlos Corrêa, após apresentar um plano de organização, foi nomeado chefe do Serviço de Pediatria do Hospital Escola Padre Albino.

O trabalho, para oferecer melhor assistência às crianças, começou com a organização de um Ambulatório Geral, um Ambulatório para Prematuros, uma Enfermaria padrão onde as internações eram feitas por faixa etária, um Pronto Atendimento, Berçário para normais, patológicos e prematuros, um Pronto Socorro para emergências, Terapia Intensiva e um Centro de Saúde Escola na Vila Sotto, de onde vinha a maioria das internações. Segundo dr. Carlos Corrêa, “todas essas medidas tinham participação ativa dos doutorandos, médicos residentes, docentes de plantão e sobretudo enfermagem de alto padrão nas enfermarias”.

Em 1980 o Coeficiente de Mortalidade Infantil caiu para 70 por mil; em 1984, para 43 por mil; em 1986, para 22,5 por mil e, em 1993, para 17,1 por mil. De 1980 a 1993, Catanduva teve uma queda de 61,22% em sua Mortalidade Infantil! Deste último coeficiente, dr. Carlos ressalta que 11,36% representam Mortalidade Infantil do período Neonatal.

De acordo com dr. Carlos Corrêa, “a mortalidade Neonatal (0-30 dias) é a mais difícil de se fazer cair, pois boa parte representa a mortalidade decorrente de doenças genéticas muitas vezes sem prevenção adequada”. Em 1995, em artigo publicado neste Jornal da Fundação Padre Albino, dr. Carlos previa que “parte dessa mortalidade Neonatal irá cair bastante desde que tenhamos uma melhor assistência pré-natal e uma melhor assistência ao recém-nascido”.

E esse trabalho começou a ser feito. No início de 1996, a Fundação Padre Albino terminava a reforma da Pediatria Cirúrgica e da Enfermaria de Suporte ao Pronto Socorro e a reforma e ampliação da UTI Infantil no 1º andar do Hospital Escola Padre Albino. Com a reforma, a Pediatria passou a ter um total de 30 vagas, mais dois leitos de isolamento.

A UTI Infantil foi dotada de 8 leitos e equipamentos de primeira linha, atendendo recém-nascidos da região e crianças transferidas da Enfermaria, acidentadas ou de pós-operatório delicado. 

A UTI Neonatal foi implantada no Hospital Escola Padre Albino em 22/02/95, dotada de todos os equipamentos necessários – respiradores, oxímetros de pulso, monitores cardíacos e aparelhos de perfusão venosa. Ela atende somente os recém-nascidos que necessitem de cuidados intensivos, nascidos na Maternidade do Hospital Escola Padre Albino.

Dr. Carlos Corrêa enfatiza que há condições para diminuir ainda mais este número atual, de aproximadamente 7 mortes por mil nascimentos. Ele garante isso amparado nos trabalhos de aconselhamento genético e de biologia molecular que serão implantados pela Fundação Padre Albino.